Que é, pois, essa paixão que, transformada em doutrina, fez adeptos poderosos, essa instituição não escrita que formou uma casta tão altiva? É, antes de tudo, a necessidade ardente de se prover, dentro dos limites exteriores das conveniências, de uma certa originalidade. É uma espécie de culto de si mesmo, que pode sobreviver à busca da felicidade a ser encontrada em outrem, na mulher, por exemplo; que pode sobreviver até mesmo a tudo aquilo que se chama de ilusão. É o prazer de surpreender e a satisfação orgulhosa de jamais se surpreender. Charles Baudelaire
Carla Soares Este livro é simplesmente genial. Ele foi escrito por 3 escritores clássicos do século XIX que foram considerados dândis, ou talvez que sejam os próprios inventores do dândismo. O Dândi é uma espécie de cavalheiro ideal. Não são necessariamente da nobreza, mas vivem como tal - seja pelo refinamento estético, a riqueza de detalhes no seu vestir, mas também pelo seu refinamento intelectual. São avessos ao trabalho (que não seja "ser nobre"). Se você não conhece o dandismo, e curte moda, vai achar muito interessante. Dá pra pensar um monte sobre o dândismo nos dias de hoje (se é que ele é possível!)
Nesse livro, o melhor, pra mim, é o texto do Balzac. Ele traça que só existem 3 tipos de pessoa: as que trabalham (e levam uma vida ocupada); as que pensam (e levam uma vida intelectual); e as que não fazem nada (e levam uma vida elegante). Daí pra frente, ele só enaltece a beleza (e a estética da moda, claro) da vida elegante. É impagável!