Sinopse
Mais que uma história de amor, esta obra traz a trajetória de um jovem apaixonado, porém devastado, narrando suas aflições amorosas ao próprio leitor. Ele conta sobre um amor não correspondido, intenso e tempestuoso. Desde o início, ele soube que sua amada Aline não poderia ser sua, pois ela não gostava de garotos.Mas o tempo é um martírio para as almas envoltas pela paixão. Com o convívio diário, o jovem se apaixonava cada vez mais por ela. Passeios na universidade, longas conversas, reflexões, confissões foram momentos que contribuíram para fazer com que se esquecesse do mundo e só visse importância em Aline.Ele não consegue esquecê-la e se culpa por isso. Por vezes, depois de tomar atitudes que beiravam a loucura para tentar conquistá-la, justificando-as com a teoria do amor puro (visão particular desse jovem em relação à citação de Nietzsche aquilo que se faz por amor está acima do bem e do mal), sabia que nunca poderia tê-la, mas, ao contrário de outros livros, aqui, esse amor não o fortalece, e sim, o destrói. Assim, encontramos a contradição de uma alma, que vai da extrema contração do ódio à redenção pelo amor.O ESCRITOR VENCEDOR DO PRÊMIO NACIONAL SESC DE LITERATURA RAFAEL GALLO COMENTA A OBRA: Minha querida Aline acompanha um protagonista apaixonado pela garota do título, com quem não pode consumar um relacionamento erótico, já que Aline é homossexual e tem uma namorada.Com uma abordagem calcada no pastiche, o autor dá voz a um personagem-narrador cujas características remetem a obras de escritores e filósofos como Nietzsche, Dostoiévski, Goethe e outros, não somente por conta das citações diretas a seus escritos, mas pela própria linguagem do texto cujo tom sentimentalista e trágico remete ao jovem Werther e à literatura romântica do séc. XIX ou em determinadas ações, tais quais a tentativa de assassinato da amiga de Aline e suas justificações teóricas, que rememoram o Raskólnikov de Crime e castigo.Os solilóquios do protagonista, escritos na forma de um diário confessional, revelam a face da paixão mais ligada à raiz etimológica da palavra, que vem do latim passio e significa sofrer, padecer.