NOVE, NOVENA, NOVENTA

Nove, novena, noventa firma um belo título, digno de Osman Lins (1924-1978), neste substancioso conjunto de ensaios sobre o romancista, organizado por Sandra Nitrini. O livro se mostra como a rede do poema de Graciela Cariello que lhe serve de epígrafe. acompanha, descobre trajetos e traçados na trama tecida pela palavra que se fez ficção renovadora na literatura brasileira do século XX.O Colóquio de 2014 na Universidade de São Paulo, homenagem aos noventa anos que o escritor então completaria, ensejou o volume ligando-o, também, ao cinquentenário da publicação de Nove, novena, neste 2016. Ao distinguir, em Nove, novena, o júbilo de escrever, decorrente do raro encontro do "equilíbrio entre a vida e o rigor, entre a desordem e ageometria", Osman Lins sintetiza, de certo modo, seu trabalho e seu projeto. Sobre eles se inclinam estes estudos acurados reunindo críticos de gerações distintas e perspectivas teóricas diveras. Focalizam especialmente Nove, novena e Avalovara; desvendam diálogos com Gide, Moyano e Maria Ondina Braga; percorrem dimensões do ensaio e da epistolografia; demoram-se na análise de um romance inacabado, inédito - A cabeça levada a triunfo. Entusiasmarão os leitores de vário naipe, interessados em Osman.- Telê Ancona Lopez