O CAMINHO DE ELDORADO

Em 1596 foi publicado na Inglaterra um relato surpreendente sobre um lugar remoto e cujas riquezas não satisfaziam a avidez da corte. Para a Rainha Elizabeth I e seus conselheiros, a aventura inóspita do pirata e aventureiro Walter Ralegh não passava de uma jogada autopromocional. Para o público leitor, foram necessárias duas edições no mesmo ano e absolutamente assombroso naqueles temposum milhão de cópias. Era, de fato, mais que admirável a ousadia de Ralegh, enfiando-se durante um mês na selva amazônica, apenas com barcas e botes a remo. Poeta, historiador, soldado, pirata, explorador, parlamentar, cortesão, agricultor, preso político, herói nacional e inimigo público, o autor desde relato é uma das figuras mais controvertidas da Renascença inglesa no reinado de Elizabeth I.