O DEUS DE CADA UM
Ulrich Beck
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Sinopse
Crer ou não crer é essa a distinção definida pela religião como absolutamente decisiva. Todas as outras diferenças sociais e antagonismos são insignificantes quando avaliados por esse critério O Novo Testamento diz: ¨todos são iguais perante a Deus¨. Tal igualdade vale,porém,somente para os que reconhecem esse Deus. Ao lado da supressão da barreiras entre as classe sociais e dos pertencimentos nacionais no interior da comunidade de fé ,a religião cria uma nova distinção fundamental: entre os fieis da confissão certa e os da confissão errada. A religião sempre carreta consigo de forma mais ou menos latente a demonização do ¨outro¨ religioso. A questão central ,decisiva para a existência do gênero humano ,e a seguinte : como vai ser possível um tipo de tolerância inter-religiosa onde o amor ao próximo não significa nenhuma inimizade mortal ? Um tipo de tolerância tendo como meta não a verdade e sim a paz. Será que estamos vivendo uma metamorfose do monoteísmo, no sentido inverso, para um politeísmo do religioso, sob o signo do ¨Deus de cada um ¨? Nas sociedades ocidentais que internalizaram a autonomia do indivíduo, a pessoa, isoladamente e com independência cada vez maior, criar para si pequenas narrativas de fé,cria o ¨Deus de cada um ¨, conforme a conveniência da sua própria vida Esse Deus próprio,pessoal,não é porém,o Deus Uno que dita a salvação ,que decide os desígnios da história ,autorização a intolerância e a violência.