O MOVIMENTO QUEREMISTA E A DEMOCRATIZAÇÃO DE 1945 (BRASIL REPUBLICANO)
Michelle Reis De Macedo
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Sinopse
"Muitos historiadores têm dificuldades para compreender esse fenômeno: a persistência da sociedade brasileira em valorizar a importância de Vargas na história do país. Muitas análises resolvem a questão de maneira rápida e superficial. Culpam a propaganda política por ter 'enganado' milhões de homens e mulheres, jovens e velhos, brancos e negros, operários e intelectuais, crentes e ateus. Todos foram ludibriados pela propaganda estatal do todo poderoso DIP. Menos, evidentemente, o historiador que, esclarecido pelas teorias, denuncia o engodo estatal. Por vezes, ele age como os intelectuais, citados por E.P. Thompson, quando explicam como funciona a dominação ideológica: 'todos os homens e mulheres, exceto nós, são originalmente estúpidos'. Por esse tipo de interpretação, não se admite que os trabalhadores façam escolhas. E se as fazem, elas são interpretadas como resultado da ação de terceiros. Se os trabalhadores apoiaram Vargas - e as fontes documentais confirmam o apoio -, assim o fizeram pela obra e graça do DIP. Incapazes de realizarem escolhas, de tomarem suas próprias decisões, os trabalhadores na época de Vargas são tratados não apenas como 'estúpidos', mas também como seres infantilizados que, docilmente, acreditavam em tudo o que os ideólogos do DIP diziam. O livro de Michelle Reis de Macedo, usando a expressão de Caetano Veloso, 'caminha contra o vento'. Na verdade, enfrenta a difícil questão de lidar com a relação entre Vargas e os trabalhadores em um contexto específico da história política brasileira: a transição democrática de 1945". Jorge Ferreira.