Sinopse
Nosso tempo sofre com a rejeição ao sentir. Vivemos numa sociedade em que as pessoas são tidas como máquinas e onde qualquer sombra de dor e tristeza deve ser abolida. Artificialidade e superficialidade nas relações interiores e com o outro parecem ser uma prática constante. Nesse universo de não-relações, não há lugar para encontros de conversa franca, para a introspecção meditativa, meditativa, para o aceitar a dor como parte da vida.
Na lógica pós-moderna que nos cerca, a dor desestabiliza e patenteia a fraqueza humana. Sua rejeição, contudo, revela-se a pior saída, pois se a dor não pode ser nomeada, ela nunca termina. Aliás, em uma de suas músicas, sabiamente intitulada “Não fuja da dor”, o grupo Titãs defende a necessidade de sentir, mesmo que isso implique em sofrer, ser contaminado, enlouquecer. “Querer sentir a dor”, diz a música, “não é uma loucura; fugir da dor é fugir da própria cura.