OSCILAÇÕES

SINOPSE: Da cidade experimentada em seus contratempos, do relicário de rochas místicas, artesanais, que parecem ser o único resquício de memória a sobreviver aos enlaces amorosos, até a recorrência às substâncias químicas das bulas que também são experimentações com a linguagem. Em "Oscilações" Mikhael nos faz confidências com uma voz de veludo, como o amendoado trompete de Chet Baker, mas também grita as sensações de alheamento, a perda da ingenuidade diante de uma escrita intimista e, claro, dos delírios amenos. Ao percorrermos o livro notamos o não-lugar que a(s) cidade(s) dedica(m) para o poeta. E aqui estamos diante de um pêndulo que encanta, provoca e reanima. Talvez fosse ainda mais válido dizer que estamos ao lado do poeta, num percurso ombro a ombro. O eu-lírico quer nos dizer algo mais vívido, algo que exige uma, duas, ou até mesmo três leituras de cada poema – tudo aqui parece ir e vir, num eterno retorno de ruídos e pretextos. É uma viagem pelos caminhos percorridos entre metrópole e cidade dormitório, entre a paixão imediata e os términos repentinos, entre o desvelo da origem e a distância das amizades. "Oscilações" é um convite para embarcarmos nesse trem sem destino exato que também é um caleidoscópio de vozes, sorrisos e sofrimento. [Por Hildon Vital de Melo]