POESIA (1931-1935) - FERNANDO PESSOA
Fernando Pessoa
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Sinopse
Fernando Pessoa é mais conhecido como o genial criador de poetas imaginários, como Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis. São os seus chamados heterônimos, cada um com uma obra diferente e extremamente pessoal. Mas ele também escreveu centenas de poemas assinados com seu próprio nome, ou sem atribuição a nenhum de seus companheiros de viagem.
Ainda parece inesgotável o famoso baú de manuscritos que o poeta deixou, ao morrer, em 1935, aos 47 anos. Com a publicação dos três volumes de sua poesia em nome próprio, mais de 350 poemas foram acrescentados ao conjunto antes conhecido. Só o terceiro contém 123 inéditos. É todo um continente novo a ser descoberto. Mais múltiplo do que se imaginava, Fernando Pessoa é também um poeta do século XXI.
Nesta parte final da obra poética do chamado Pessoa ele-mesmo, torna-se mais intenso e virulento o principal tema de sua vida (ou de suas muitas vidas heterônimas). É a dúvida sobre os limites e a consistência do próprio eu: Não sou meu dono,/ Quem sou é quem me ignoro e vive/ Através desta névoa que sou eu.
Indeciso acerca de si mesmo, o poeta elege o sonho como realidade suprema: Só dormindo os horizontes/ Se alargam. Dentro dessa outra paisagem, enquanto sentia a inquietante aproximação da morte, Pessoa pôde compreender que o poeta é um fingidor: Finge tão completamente/ Que chega a fingir que é dor/ A dor que deveras sente.