Sinopse
No livro, a autora, a psicóloga e psicoterapeuta Ana Celina Garcia Albornoz, busca mostrar que a psicoterapia pode dar voz à fragilidade do humano, desvendando seus mistérios e preenchendo seus vazios. Nesse novo lugar, o setting, as crianças expressam suas dores mais profundas, seu sofrimento, e ao fazê-lo, têm ajuda para buscar novos sentidos para suas vidas. A relação terapêutica edita novas imagens nos espaços de vulnerabilidade, que adquirem um caráter constituinte do Ser, antes que a marginalidade o faça. Ao marcar os indivíduos estraçalhados pelo abandono e pela violência na infância, instaura e inscreve neles a possibilidade de virem-a-ser sujeitos psíquicos.A obra imprime a ideia de que viver bem é um direito de todos, e de que a psicoterapia deve estar ao alcance dos que sofrem, assim como Freud apregoava. Reafirma a ideia de que o inconsciente fala muitas línguas, e que a psicanálise se encarregará de decifrar, através das interpretações significativas dos ditos e dos não-ditos, pois é a medida terapêutica que penetra mais profundamente e que produz as modificações mais extensas nas mentes dos pacientes. Destaca o caráter preventivo da abordagem, que ajusta às engrenagens íntimas das crianças e dos adolescentes vitimizados, e os conduz a destinos mais saudáveis e produtivos no futuro, de muita utilidade para os novos tempos. E por fim, reafirma a ideia da autora, de que é possível reconstituir um desejo que um dia existiu e que foi soterrado pela crueldade da vida, ou mesmo, que é possível instituir um desejo onde jamais existiu.