Sinopse
Sócrates é o primeiro dos filósofos. Tendo feito da linguagem o único fundamento de sua lógica e desta o único fundamento da sua doutrina, ele desenvolve uma nova concepção de virtude, do conhecimento, da alma e de seu futuro. Mas, ao mesmo tempo, todos os que o conhecem testemunham: Sócrates era um feiticeiro. Como um xamã, do qual Lévi-Strauss descreve a eficácia simbólica, sua palavra era curativa. "Como ele nos curou!", maravilha-se Fedon. Seguindo passo a passo a argumentação socrática, este ensaio tenta responder a três questões: Tendo posto todas as suas esperanças na doutrina da verdade, não fez ele dessa doutrina uma lógica da esperança? Se a verdade que Sócrates foi, de algum modo, um xamã, a filosofia não poderia ser considerada nada mais que uma longa psicanálise do Ocidente?