VINTE ANOS

Com singular maestria para contar histórias, o paranaense Pedro Torres Lobo escancara sua vocação para a escrita, com as qualidades notáveis de um romancista. Inicia-se, a história, pela trepidante, triste e, aparentemente veraz, retirada de uma criança recém-nascida dos braços da mãe, ainda no hospital, donde, em ato de desespero, tenta fugir com o fruto que no ventre carregara por nove meses. Ainda assim, a ordem judicial de entregar a criança a um casal de adotantes é cumprida, gerando os desdobramentos que tornam a leitura da obra absolutamente instigante. O fato de perder a filha, em vida, faz com que a mãe biológica busque conhecer-se melhor, saindo de casa, para rumos não planejados [...] A obra é de uma sensibilidade ímpar, que deve ser degustada aos poucos, mas, havendo sido cinzelada pela pena espirituosa do autor, será lida, de um só fôlego, pelos leitores que, emocionados, constatarão que as inescondíveis tintas da emoção é que constroem o caráter incomum de um grande livro, que merece ser lido e reconhecido.